Coletivo Veredas

Atravessamos tempos difíceis! A tendência da crise estrutural vivenciada pelo capital é de agravamento. Consequentemente o que presenciaremos nos próximos anos será um aprofundamento das desumanidades próprias desta ordem social.

A reprodução da sociedade capitalista só é possível, hoje, na medida que extermina milhões de vidas humanas, por fome ou em guerras sem sentido. Além disso, o capital, em crise, encontra meios de expulsar um número enorme de trabalhadores de seus locais de origem afastando-os de seus meios de trabalho e subsistência promovendo, desta maneira, uma das maiores tragédias humanas de nossos tempos. Tudo isso para que estes trabalhadores sirvam como mão de obra barata nos países centrais a fim de garantir os lucros e a manutenção do capitalismo.

Diante desta realidade os trabalhadores começam a se movimentar em várias partes do mundo. Podemos mesmo afirmar que estamos nos aproximando de um período histórico de acirramento e aprofundamento da luta de classes.

Um dos aspectos mais importantes desta luta é o combate ideológico. E é para contribuir neste combate (colocando-se na trincheira ao lado dos trabalhadores) que nasce o Coletivo Veredas.

O Coletivo Veredas surge, assim, como meio alternativo de promoção e divulgação da produção teórica e artística revolucionária em nosso país, aglutinando trabalhadores, jovens intelectuais, professores, artistas e militantes dos movimentos sociais, que não encontram espaço para sua produção científica e artística anticapitalistas nas universidades, editoras e estúdios comerciais.

A necessária disputa ideológica que nos propomos a fazer visa combater, antes de tudo, a ideologia burguesa em si, que defende a exploração como algo natural e entende o capitalismo como uma ordem social insuperável. Mas, por outro lado, a luta também se voltará contra o processo de aburguesamento da consciência dos trabalhadores que se manifesta de inúmeras maneiras – desde posições reformistas e corporativistas até ideias e práticas preconceituosas, nacionalistas e machistas.

O que está na essência do coletivo é uma perspectiva radicalmente crítica com relação ao mundo atual e a certeza de que a história humana é construída pelos próprios homens e, portanto, pode ser transformada por eles. Deste modo, é fundamental que nos sirva como lema as palavras de Bertold Brecht quando diz que “em tempo de desordem sangrenta, de confusão organizada, de arbitrariedade consciente, de humanidade desumanizada, nada deve parecer natural nada deve parecer impossível de mudar”.

Nestes termos o Coletivo Veredas irrompe no cenário atual da luta de classes com o firme propósito de demonstrar que um outro modo de produção é não só possível como necessário. E, a partir daí, contribuir, na medida de suas forças, com a construção desta nova sociedade em que a exploração e a opressão serão coisas do passado e existirão apenas como lembranças ruins em um “museu de antiguidades, ao lado da roca de fiar e do machado de bronze”.

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